domingo, 9 de setembro de 2012
Pensemos em nós, nos pobres e nos passarinhos
Deus pediu que olhássemos bem as crianças.
Elas são uma escola, um livro aberto à verdade e à simplicidade. Não disfarçam. Não têm malícias nem hipocrisias.
Seus sorrisos desarmam os casais sem paciência e sem calma.
Vinha uma criança de dez anos espalhando migalhas de pão para todos os lados. Perguntei-lhe o que estava fazendo. Disse-me: "Eu quero ver os pássaros contentes. Eles também têm fome".
Havia diversos pedacinhos de pão. Com amor e carinho, ela os reduziu aos menores tamanhos possíveis. Seu rosto parecia cheio de fogo do amor, da alegria. Era uma criança, pensando nos passarinhos. Esquecendo-se de si mesma, deixou de lado a fome e seus interesses, para alegrar os pássaros.
É uma bela atitude, infantil, simples.
A criança saiu de si mesma. Normalmente, afirmamos que ela é egocêntrica, quer dizer: centrada em si mesma. Quer tudo para si: os doces, as comidas, as frutas, o amor dos pais e a atenção de todos. Ser esquecida equivale a derramar-se em lágrimas e choros.
Mas existem exemplos de doação, também no pequeninos, como aconteceu com esta criança que se esqueceu de si para pensar nos passarinhos.
Como é bonito ver crianças renunciando a seus brinquedos, suas balas e guloseimas para alegrar seus colegas!
Como é maravilhoso e encantador ver crianças cuidando de pássaros; crianças que renunciam ao pedaço de pão para doá-lo aos outros!
De tudo isso, meu amigo, o importante é nos convencermos de que precisamos pensar nos outros.
Imaginem uma pessoa em pleno descanso. Outra numa piscina. Uma outra ainda diante do prato pronto, comida quente, e com apetite voraz. Sará que deixariam tudo para acolher com alegria e desinteresse a uma pessoa necessitada?
Saber voltar-se para os outros é uma virtude que merece apreço, consideração e estima.
Saber esquecer-se para somente pensar e agir em favor dos outros é amor.
Saber distribuir e doar aos outros aquilo que mais amamos, aquilo a que mais damos valor, é crescer, é tornar-se adulto na fé e nos valores cristãos.
Vocês todos sabem que, quanto mais nos apegamos aos bens materiais, à terra, à casa, ao dinheiro, mais violentos nos tornamos.
Quanto mais avarentos formos, tanto mais sem amor, sem consideração para com os outros seremos.
Façamos como esta criança: comecemos pelos passarinhos, dando de nós mesmos a todos os que precisarem.
Não neguemos nossa mão e nosso coração nem mesmo aos bandido, ao maldito, ao condenado.
Texto retirado do livro: Quero 365 dias de paz, de Bernardo Cansi. Editora Paulinas
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