Foi o que disse o Papa Francisco em mensagem à conferência em andamento em Roma com o tema “Não violência e justa paz: contribuindo para uma compreensão católica do compromisso com a não-violência”.
“Como cristãos, sabemos que o grande obstáculo a ser removido para superar guerras e conflitos é o erigido pelo muro da indiferença. A crônica dos tempos recentes”, escreve ainda o Papa, que sábado visitará os refugiados na ilha grega de Lesbos, “nos demonstra que quando falo de muros, falo da triste realidade da indiferença, que não ataca apenas os seres humanos, mas também o ambiente natural, com consequências muitas vezes nefastas em termos de segurança e paz social. Venceremos a indiferença somente se soubermos usar a misericórdia. A misericórdia encontra a sua expressão ‘política’ na solidariedade: uma resposta moral e social às chagas de nosso tempo; a tomada de consciência da correlação entre a vida do cidadão e da comunidade familiar, local ou global”.
Diálogo
Para Francisco, o caminho a percorrer é o do “desarme integral, construindo pontes, combatendo o medo e insistindo num diálogo aberto e sincero: um percurso realmente árduo”, define.
“Dialogar é difícil, é preciso estar prontos para dar e também receber, a não partir do pressuposto que é o outro que erra, mas das nossas diferenças. É necessário agir em prol de uma paz verdadeira, por meio do encontro entre as pessoas e a reconciliação entre povos e grupos que se enfrentam de posições ideológicas opostas”.
O Pontífice convoca a um esforço sapiente da fantasia criativa que chamamos diplomacia, que deve ser continuamente alimentado, e à promoção da justiça no mundo globalizado. “Renovar todos os instrumentos adequados para concretizar a aspiração à justiça e á paz dos homens e mulheres de hoje”.
A Conferência sobre a não-violência é organizada pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz e o movimento católico internacional Pax Christi.
Fonte: Rádio Vaticano
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