sábado, 8 de dezembro de 2012

Livro do Papa sobre a "Infância de Jesus" é lançado no Vaticano

O terceiro volume da trilogia de Bento XVI sobre “Jesus de Nazaré” foi lançado na última terça-fera, 20 de novembro, no Vaticano. O livro, que aborda a infância de Jesus, é dividido em quatro capítulos, nos quais o arco histórico começa na sua genealogia e termina na separação e reencontro com os pais, em Jerusalém.

O volume foi apresentado à imprensa em nove línguas, incluindo português para o Brasil, e sai simultaneamente em 50 países, com uma tiragem inicial de um milhão de cópias. Nos próximos meses, o mesmo será traduzido em 20 idiomas e publicado em 72 países.

Representando o Brasil, a professora do departamento de teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Maria Clara Bingemer, esteve presente na coletiva de lançamento do livro que, segundo ela, une "rigor intelectual, profundidade e erudição com uma espiritualidade, afetividade espiritual muito grandes". Para a teóloga, o livro pode ser tomado como fonte de estudos, porém, destaca-se como um meio de oração e meditação.

- Faço uma reflexão muito simples, como leitora, ressaltando em primeiro lugar o estilo do livro, que une rigor intelectual, profundidade e erudição com uma espiritualidade, afetividade espiritual muito grandes. Isto é fundamental. O livro é mais para ser rezado, meditado, do que estudado... Embora possa ser estudado também, pois o Papa fornece uma vasta bibliografia, cita fontes, e tudo. Creio que este tom de espiritualidade é fundamental para servir como preparação para o Natal também.

Maria Clara comentou também a reflexão sobre a liberdade humana trazida pelo livro no episódio da anunciação do Anjo à Virgem Maria e a fé de São José.

- Ele [o livro] faz reflexões muito importantes sobre a liberdade humana, quando comenta sobre a pessoa de Maria, como Deus se encarna, pedindo consentimento à liberdade humana, o respeito pela sua criatura... isso é muito bonito. Ele ressalta também a fé das pessoas, quer dizer, a fé de Maria, de José... é muito bonita a reflexão sobre José, que se vê diante daquela situação em que sua noiva está grávida e não é dele. Ele acredita que o que está acontecendo com ela é do Espírito Santo, recebe o menino, lhe dá nome e tudo. É linda esta parte. Depois, vai mostrando como, na encarnação do Verbo, o processo de crescimento acontece, quer dizer, não é porque Jesus é Deus e filho de Deus que está tudo prontinho, ele vai crescendo, e o Papa diz isso. É muito bonito quando comenta todo o episódio do templo, aos 12 anos; ele vai crescendo em graça, em sabedoria, em estatura...


Quatro capítulos

O livro, de 176 páginas, tem um prólogo do Papa e se divide em quatro capítulos e um epílogo. “Espero que o pequeno livro, não obstante os seus limites, possa ajudar muitas pessoas no seu caminho rumo a e com Jesus”, sublinha Bento XVI.

O primeiro capítulo da obra é dedicado à ascendência de Jesus, narrada nos evangelhos de Mateus e Lucas, diferentes entre si mas com o mesmo significado teológico: o aparecimento na História e a sua origem verdadeira, que marcam um novo início na história do mundo.

O anúncio do nascimento de João Batista e de Jesus ocupa a segunda parte, na qual Bento XVI sublinha que Deus, “de certa maneira, fez-se dependente” da humanidade porque se sujeitou ao “‘sim’, não forçado, de uma pessoa humana”, Maria, que aceitou ser mãe.

O contexto histórico do nascimento de Jesus, sob o Império Romano, e o estudo dos elementos que compõem as suas narrativas nos Evangelhos, como a pobreza e o presépio, constituem temas abordados na terceira parte.

No quarto e último capítulo, Bento XVI apresenta a perspetiva sobre os sábios que viram a estrela e a seguiram até ao local do nascimento de Jesus, a que a tradição cristã dá o nome de reis magos, e a fuga de Jesus, Maria e José para o Egito, devido à perseguição da autoridade judaica.

O epílogo acompanha o relato do último episódio da infância, narrado no evangelho segundo São Lucas, quando na peregrinação pascal a Jerusalém, Jesus, então com 12 anos, se afasta de Maria e de José para entrar no templo, onde discutiu com os doutores.

O primeiro volume de ‘Jesus de Nazaré’ foi publicado em 2007 e era dedicado ao início da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração). A obra vendeu mais de dois milhões de cópias. A segunda parte foi apresentada em março de 2011, e tratava os momentos que precederam a morte de Jesus e a sua ressurreição. Bento XVI começou a escrever a obra no verão de 2003, antes de sua eleição como Papa.


Confira abaixo dois trechos do manuscrito original do livro L’infanzia di Gesù (Rizzoli – Libreria Editrice Vaticana), a Infância de Jesus, de Joseph Ratzinger - Bento XVI divulgados pelo site ZENIT.

(...) Jesus nasceu em uma época que pode ser determinada com precisão. No início do ministério público de Jesus, Lucas oferece mais uma vez uma data detalhada e precisa daquele momento histórico: é o décimo quinto ano do reinado de Tibério César; também são mencionados o governador romano daquele ano e os tetrarcas da Galiléia , da Ituréia e da Traconítide, como também de Abilene, e os chefes dos sacerdotes (Lc 3,1 s).

Jesus não nasceu e apareceu em público no impreciso “era uma vez” do mito. Ele pertence a um tempo exatamente datável e a um ambiente geográfico precisamente definido: o universal e o concreto estão se tocando. Nele, o Logos, a Razão criadora de todas as coisas, entrou no mundo. O Logos eterno se fez homem, e disso faz parte o contexto de lugar e tempo. A fé está ligada a esta realidade concreta, ainda se depois, em virtude da Ressurreição, o espaço temporal e geográfico é superado e o “preceder na Galiléia” (Mt 28,7) do Senhor entra na vastidão aberta de toda a humanidade ( cf. Mt 28,16 ss.)

Da página 36 do manuscrito

*

(...) Maria envolveu o menino em panos. Sem nenhum sentimentalismo, podemos imaginar o amor com que Maria se encaminhou à sua hora, terá preparado o nascimento do seu Filho. A tradição dos ícones, em base à teologia dos Padres, interpretou a manjedoura e os panos também teologicamente. A criança bem envolvida nos panos aparece como uma antecipação da hora da sua morte: Ele é desde o início o Imolado, como veremos ainda mais detalhadamente refletindo na palavra sobre o primogênito. Assim a manjedoura foi representada como uma espécie de altar.

Agostinho interpretou o significado da manjedoura com um pensamento que, a princípio, parece quase indecoroso, mas, examinado mais profundamente, contém, pelo contrário, uma profunda verdade. A manjedoura é o lugar no qual os animais encontram o seu alimento. Agora, no entanto, está na manjedoura Aquele que indicou a si mesmo como o verdadeiro pão descido do céu – como o verdadeiro alimento que o homem tem necessidade para ser pessoa humana. É o alimento que dá ao homem a vida verdadeira, aquela eterna. Deste modo, a manjedoura se torna uma referência para a mesa de Deus, à qual o homem está convidado, para receber o pão de Deus. Na pobreza do nascimento de Jesus descreve-se a grande realidade, na qual atua-se de modo misterioso a redenção dos homens.

Da página 38 do manuscrito



* Fonte: Canção Nova e Zenit
* Fotos: Intermirifica.net

Pequena mensagem - O amor de Deus

Nada acontece sem uma razão.
Há um padrão e um plano perfeitos orientando a unidade desta vida e você, sendo parte desta unidade, é também parte do padrão e do plano perfeitos.
Quando coisas estranhas acontecem em sua vida e você se pergunta o porquê, recolha-se e medite na maneira como tudo se encaixa, e você encontrará uma razão para tudo.
As razões podem ser inesperadas, mas aceite-as mesmo assim, aprenda com elas e não lute contra elas.
A vida deve ser vivida sem esforço.
Uma flor não precisa se esforçar para desabrochar sob os raios do sol, portanto, porque você precisaria se esforçar para se abrir sob os raios do infinito Amor de Deus?
Se você se esforçar é por sua própria vontade e nada tem a ver com o padrão e o plano que Deus traçou para você.
Simplicidade é a principal característica de Deus, 
portanto faça a vida simples.
Mantenha-se em constante contato com Deus e observe-se desabrochando em Seu Amor.

Texto retirado do site: http://www.belasmensagens.com.br/religiosa/o-amor-de-deus-1383.html