domingo, 28 de fevereiro de 2016

Santos Inocentes, uma comunidade em defesa da vida

28/05/2013 15:12


Informado pelos magos do oriente sobre o nascimento de um grande Rei, Herodes se sentiu ameaçado. Precisava garantir seu próprio reinado e, por isso, mandou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo. Jesus escapou, mas milhares de crianças perderam a vida para que Ele pudesse sobreviver (Cf Mt 2, 1-16). Foram os primeiros mártires, por isso a Igreja, a 28 de dezembro, comemora a Festa dos Mártires Inocentes.

Nos dias atuais, milhões de inocentes também perdem a vida antes mesmo de nascer, num martírio silencioso e oculto, sem qualquer chance de defesa, sem a piedade daqueles que deveriam lhes proteger. Diante dessa triste realidade hodierna, uma comunidade se levanta no seio da Igreja para defender seus filhos.

Em homenagem àqueles que primeiro derramaram o sangue por Jesus, a comunidade recebeu o nome de Santos Inocentes. Fundada há nove anos, a ideia surgiu de uma palestra do professor Paulo Fernando, membro do Conselho de Bioética da Arquidiocese de Brasília. Ali, na Paróquia São José Operário, em Samambaia, estavam Tânia Regina e Aparecida Bispo. As palavras do palestrante e o filme assistido deixaram-nas inquietas. “Eu não podia mais cruzar os braços diante de uma realidade daquelas”, confessa a Missionária Aparecida, cofundadora da comunidade.

Nos meses que se seguiram, Tânia – fundadora – começou a ter momentos de grande emoção com Jesus Eucarístico. Ela sentia um forte chamado que dizia “Faça algo mais pela defesa da vida”, revela. Procurou orientação com Pe. Carlos Costa Carvalho, na época ainda Diácono, que a aconselhou a fazer algo para realizar este chamado.Tânia rezou, estudou o tema e ajudou mulheres a decidirem pela vida. Chamou Aparecida e foram chegando novas pessoas.

Hoje são três missionárias de vida, dez de aliança, quatro funcionários e alguns voluntários que saem às ruas para orientar mulheres e familiares sobre o direito à vida e cuidam da creche onde abrigam crianças salvas do aborto pelo trabalho missionário. Há ainda três aspirantes. Para integrar a comunidade, é preciso participar de encontros vocacionais realizados duas vezes ao ano na Paróquia São José Operário. A direção espiritual fica a cargo do pároco, Pe. Luiz Gonzaga.

O carisma da comunidade consiste em ir ao encontro de mães e familiares que planejam fazer o aborto para conscientizá-las sobre o direito à vida. O resgate é feito em todo o DF e entorno. Os casos são identificados através de denúncias.

A abordagem consiste primeiramente em escutar a mulher. “É preciso deixar que ela coloque para fora tudo o que está sentindo. Na maioria das vezes é um sentimento de revolta, de abandono, de desespero. E o simples fato de escutá-la já alivia tudo isso”, revela a Missionária Tânia.

A comunidade continua acompanhando a mulher e, assim que ela lhes permite, os Missionários da Vida explicam a realidade do aborto, mostram panfletos e exibem um filme. Muitas desistem antes mesmo que o filme acabe. Outras precisam ser acompanhadas até a hora do parto.

Elas são levadas a compreender o valor da vida e a entender que não estão sozinhas. Aquelas que não têm família ou que se sentem ameaçadas por parentes, geralmente o pai da criança, encontram abrigo na Casa de Missão. As que não têm condições financeiras recebem auxílio. Depois do parto, desde os dois meses, a criança pode ficar na Casa de Missão, que funciona como berçário. Aos dois anos de idade, são encaminhadas ao CRAS – Centro de Referência da Assistência Social – e conduzidas a uma creche credenciada.

Por Andrea Cammarota

Matéria cedida pela Revista Brasília Católica




Matéria retirada do site:

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